17 Dezembro 2024
Eurico A. Cebolo
Quem desce a Rua da Boavista, em direção à rotunda, do seu lado direito, no número oitenta, encontra os vestígios de um dos muitos legados de Eurico Augusto Cebolo. A loja Musicarte é há meio século um templo para os devotos dos instrumentos musicais, criado como refúgio do músico, escritor e pedagogo, depois da tragédia que lhe impossibilitou fisicamente de fazer aquilo que mais gostava: tocar música. Várias gerações de instrumentistas, autodidatas e não só, estão intimamente ligadas a este e ao seu outro legado, que foi também outro tipo de refúgio. A dedicação à escrita fê-lo criar o método Mágico que deu origem a grandes referentes dos manuais de aprendizagem de instrumentos, do Piano Mágico até à Guitarra Mágica, sem esquecer os essenciais volumes dedicados ao solfejo. Para o autor, esses livros eram escritos para que toda a gente os percebesse, dirigidos a pessoas de qualquer idade, porque pode-se aprender a tocar um instrumento em qualquer altura da vida.
Eurico Augusto Cebolo e o seu método terão influenciado portanto, pelo menos desde 1975 e até aos dias de hoje, um número incontável de músicos e discos portugueses. E se é verdade que por aqui poderíamos ficar quanto ao valor do trabalho musical de Cebolo e a sua relação com a produção discográfica portuguesa, nesta altura do ano é o momento ideal para resgatar o seu único disco de vinil, Natal Mágico. Publicado em 1986, este álbum de canções natalícias está longe de ser uma entre as muitas compilações de canções vernaculares portuguesas acerca da quadra em questão. Das vinte canções apresentadas, quinze são da autoria de Eurico Augusto Cebolo, que em nada se deixa influenciar pela então moda das recolhas de música tradicional e da sua consequente interpretação e nos oferece a sua visão muito particular do Natal. Com a honestidade e humildade que sempre lhe foi característica, compôs melodias simples, com letras cantadas por adultos e crianças, que abordam motivos religiosos e quotidianos, familiares a qualquer português. Ora como sempre, o propósito é que, da sua escuta, qualquer um possa partir para a sua própria interpretação, para o seu próprio natal.
Eurico Augusto Cebolo morreu num dia como hoje, há 3 anos, quando faltava uma semana para o seu 84º Natal. Além da sua vasta obra escrita, entre romances eróticos e manuais com o seu método (ainda hoje tão procurado por todo o tipo de músicos), deixou-nos como prenda um Natal Mágico, cheio de cor, vindo de alguém que dedicou toda a sua vida à música e à partilha do conhecimento.
Eurico Augusto Cebolo e o seu método terão influenciado portanto, pelo menos desde 1975 e até aos dias de hoje, um número incontável de músicos e discos portugueses. E se é verdade que por aqui poderíamos ficar quanto ao valor do trabalho musical de Cebolo e a sua relação com a produção discográfica portuguesa, nesta altura do ano é o momento ideal para resgatar o seu único disco de vinil, Natal Mágico. Publicado em 1986, este álbum de canções natalícias está longe de ser uma entre as muitas compilações de canções vernaculares portuguesas acerca da quadra em questão. Das vinte canções apresentadas, quinze são da autoria de Eurico Augusto Cebolo, que em nada se deixa influenciar pela então moda das recolhas de música tradicional e da sua consequente interpretação e nos oferece a sua visão muito particular do Natal. Com a honestidade e humildade que sempre lhe foi característica, compôs melodias simples, com letras cantadas por adultos e crianças, que abordam motivos religiosos e quotidianos, familiares a qualquer português. Ora como sempre, o propósito é que, da sua escuta, qualquer um possa partir para a sua própria interpretação, para o seu próprio natal.
Eurico Augusto Cebolo morreu num dia como hoje, há 3 anos, quando faltava uma semana para o seu 84º Natal. Além da sua vasta obra escrita, entre romances eróticos e manuais com o seu método (ainda hoje tão procurado por todo o tipo de músicos), deixou-nos como prenda um Natal Mágico, cheio de cor, vindo de alguém que dedicou toda a sua vida à música e à partilha do conhecimento.